A legalidade e transparência

09/08/2013 12:31

Opinião

Interessante como o assunto transparência é tratado pelos vereadores biquenses. Atualmente, todos os atos dos ilustres edis biquenses ficam restritos às quatro paredes, cuja ação é presenciada por reduzidíssimo número de participantes das reuniões que assistem as enfadonhas discussões dos vereadores. A tão decantada transparência dos atos da câmara que em legislaturas anteriores se primava pela divulgação através da imprensa, seja ela escrita ou falada, era de domínio popular, o povo biquense tomava conhecimento de tudo o que se passava naquela casa legislativa, graças a uma Lei encabeçada pela ex-vereadora Joelma Schettino, que inclusive, colocou naquele local uma placa alusiva à transparência, que era amplamente divulgada através do programa de rádio, Informe do Legislativo, que era levado ao ar durante toda a semana, com um resumo dos principais feitos dos vereadores, além do jornal editado pela própria câmara. Alguns dos atuais vereadores, aproveitaram para mostrar ao povo seus principais feitos, e todos saiam ganhando. O povo, que participava ativamente das atividades legislativas, tomando conhecimento do que se passava ali, naquela casa onde atuam seus legítimos representantes, e os próprios vereadores que procuravam sempre se aprimorar para apresentar projetos e leis de interesse popular, dando maior visibilidade aos seus atos.

Inexplicavelmente, sem um motivo plausível, a atual câmara cortou o programa de rádio e não edita mais o jornal ou boletim, deixando a população à mercê de sua vontade de participar ou não das enfadonhas reuniões. Lamentavelmente, a atual presidente, Maria Elizabeth Golveia e alguns vereadores questionados do por que da paralização do programa de rádio, informaram que não há legalidade para a produção do programa. Ridícula a desculpa, pois se nas legislaturas anteriores o programa foi considerado uma das mais arrojadas ações para tornar públicas as ações dos vereadores, dando-lhes notoriedade e transparência, como agora esse programa não teria legalidade? O que é legal afinal? Realizar reuniões em que somente alguns poucos participem, tomando decisões à revelia da população sem que essa tome conhecimento de seu conteúdo?

Na verdade, sabemos que alguns vereadores que deveriam ser de oposição, pelo menos foram eleitos com os votos de oposicionistas do atual governo municipal, se acomodaram com a situação e têm medo de bater de frente com os interesses escusos dos vereadores de situação, que pelo visto, preferem que os atos do legislativo fiquem restritos às quatro paredes da Câmara.

Em uma legislatura passada, antes do inicio dos programas de rádio da câmara, eu disse nas páginas do jornal A Região, que os vereadores biquenses mais pareciam vacas de presépio, só sabiam balançar a cabeça afirmativamente. Em minha opinião, acho que a atual legislatura, adotou a mesma medida, já que a situação não quer, pra que contrariá-la não é?

Essa é a minha opinião

Deusdet Rodrigues