Opinião Holocausto ambiental

04/09/2013 16:47

Holocausto ambiental

Não sou favorável à radicalização em discussões sejam elas a respeito de qualquer assunto, como também não sei ficar calado quando vejo falar mais alto a voz da razão. O ex-vice prefeito de Bicas, Amarildo Mayrink, postou em seu blog denúncias sobre o que chama de holocausto ambiental em Bicas, devido ao corte de árvores no parque de exposições e até mesmo no horto florestal. Todos nós sabemos da dificuldade que é cortar uma árvore com a atual legislação ambiental, é licença de todo mundo que se tem que pedir até que muitas das vezes, mesmo por necessidade desistimos da ideia. Porém, o que pudemos constatar através das fotos postadas pelo ex-vice prefeito, a prefeitura vem realmente fazendo os cortes a torto e a direito por ai, e a população assiste inerte, sem esboçar qualquer reação. Das duas uma, ou tá todo mundo gostando ou ninguém quer se comprometer. A segunda opção sempre é a mais viável. É comum em Bicas, a população ficar insatisfeita com atos do prefeito, dos vereadores, dos órgãos públicos e se calar com medo de se comprometer. É incrível a capacidade de aceitação sem qualquer reação do povo biquense. Gente, a liberdade de expressão está na constituição brasileira, todos podem contestar, todos podem questionar os atos de uma administração, é uma questão de opinião, principalmente quando essa opinião vem embasada no interesse público, ou quando fere a legislação vigente. Recentemente tivemos uma demonstração inequívoca dessa afirmativa com as manifestações populares ocorridas por todo o pais, pela insatisfação do povo com o governo federal por diversos motivos e seguimentos. Ninguém está proibido de expressar sua opinião e não é crime expor seu ponto de vista. Já passa da hora da população biquense colocar o bloco na rua e reivindicar seus anseios e até mesmo protestar contra aquilo que acha errado. Aceitar passivamente algo que julga estar errado não torna o ato certo. Calar-se, é covardia. É preciso ação, e pelo visto, político brasileiro, não só os biquenses, só vão ouvir o povo sob pressão. Os mecanismos do povo para pressionar o governo são as manifestações populares. Onde estão os seus legítimos representantes junto ao governo municipal? Onde estão os vereadores eleitos pelo povo que não conseguem enxergar os reclames desse povo? Porque não comparecer à câmara para questionar os problemas que julguem importantes serem discutidos e resolvidos?

Em minha opinião, tolerância tem limites, tolerar a coisa errada é conivência.

Deusdet Rodrigues