Opinião - Vencedores e vencidos

10/10/2012 08:55

Escolhidos o prefeito e os vereadores, da forma mais democrática possível dos últimos tempos na 42ª Zona eleitoral, graças a atuação impecável e implacável da justiça eleitoral da comarca, capitaneada pelo MM. Juiz Dr. Ricardo Domingos de Andrade e pela representante do MP, Dra. Flavia Maria Carpanez de Melo e a eficiência do cartório eleitoral, sob a batuta do escrivão Cristiano, que deram um show de repressão aos abusos de candidatos durante a campanha eleitoral. Multas, apreensões e até prisões foram realizadas tudo dentro dos dispositivos legais e ao alcance das autoridades constituídas para o exercício da cidadania e da democracia, com direitos iguais a todos os concorrentes.

Venceram aqueles que conseguiram mostrar aos eleitores suas propostas mais viáveis. Aliadas às propostas de um governo sério a proposta de não perseguição ou utilização do poder para intimidação, o povo biquense optou pelo candidato mais qualificado, melhor instruído, para dirigir os destinos do município nos próximos quatro anos.

Os méritos de cada candidato foram analisados sim pelos eleitores, Ramillo em sua capacidade administrativa, pecou pela inexperiência política. Pedro Sallles por entrar no meio de uma campanha cujo autoritarismo de uma comissão não admitiu diálogo, se colocou num patamar do “não importa a sua opinião (ou a do povo), estamos com o poder e todos tem que obedecer.

A proposta do vencedor, Dr. Magela, veio de encontro a tudo que o eleitor biquense desejava – mudanças. Mudanças não na forma com que o governo Honório conseguiu controlar as contas do município. Não na forma de manter as contas em dia, fornecedores satisfeitos, credibilidade adquirida e outras tantas vitórias conquistadas, diante do quadro caótico e desesperador que encontrou a máquina pública. Mas as mudanças de uma equipe que excedeu as raias da razão, quando tomou para sí ou como seus os programas desenvolvidos pela administração pública, que deveria ser voltada para o povo. É inconcebível que pessoas de confiança de uma administração possam se achar acima de todos, até mesmo do prefeito, tomando decisões que deveriam ser da alçada dele. Algumas dessas decisões foram fundamentais para a derrota. Não nos cabe aqui dizer nomes ou mesmo que tipo de decisões foi, mas todos sabem que aqueles que se achavam donos da verdade e senhores absolutos de todas as decisões, hoje estão amargando essa posição.

Faço minhas algumas palavras do amigo Luciano Barbosa Borges, em desabafo na rede social da internet:  “Felizmente, em relação às eleições, temos, TODOS os biquenses, muito que festejar, pois a vitória não foi só dos aliados, correligionários e simpatizantes do Dr. Magela. Já disse (E NÃO CANSO DE REPETIR): Honório foi o melhor prefeito que Bicas já teve. Reconstruiu, no peito e na raça, uma cidade destruída pelo Dr. Barreto. E não tem essa de que foi bom apenas no primeiro mandato. Foi bom, sim, ao longo de toda sua gestão. É o que penso. Isso não significa, porém, que tenha sido perfeito. Não foi. Aliás, NINGUÉM É. Faltou-lhe ousadia no momento de investir no crescimento. Fez um governo comedido, conservador, sem criatividade, depois que, literalmente, tirou a cidade da lama. Não se viu qualquer projeto arrojado, capaz de proporcionar a Bicas o salto de qualidade necessário para que deixasse de ser apenas uma cidade-dormitório. Há muito, portanto, o que fazer. E aí emergiu o pecado do prefeito. Simplesmente não soube (ou não pôde) escolher o sucessor para a importante missão de dar o salto adiante. Foi (de longe!) uma escolha absolutamente desastrada e desastrosa. Que sirva de lição para os afoitos e presunçosos perdedores, que nutriam a crença que os eleitores de Bicas se mobilizariam para manter empregos alheios. Isso não acontece... É fato que as “bocas nas tetas” serão, num primeiro momento, substituídas, pois todo governante governa COM os seus aliados. Perfeitamente natural. O que não pode é governar PARA os aliados. Essa é a pequena (mas crucial) diferença entre um bom governante e um simplesmente medíocre. Creio que o Dr. Magela será um bom governante.”

Bastante oportunas e sensatas, em minha opinião, as palavras de Luciano, tanto que me fizeram comentá-las. O que particularmente não estou gostando são as ofensas gratuitas de algumas pessoas dirigidas aos derrotados. Isso é repetir o erro dos adversários. Afinal estão propagando a uma forma democrática de fazer política, isso inclui o sagrado direito da liberdade de expressão. Não importa, no momento, criar animosidades porque fulano votou nesse ou naquele candidato, foi uma escolha democrática e pessoal, portanto devemos respeita-la. Como um profissional do direito, Dr. Magela por certo saberá superar isso e não será o prefeito dos vencedores, mas de todo o povo biquense, não tenho dúvidas disso.

Essa é a minha opinião,

Deusdet Rodrigues.